Rio - O temporal causou quase 300 mortes em todo o estado. As chuvas imprimiram seu rastro de destruição na capital, em Niterói e em São Gonçalo, mas seus efeitos caíram nos municípios de Nilópolis, Magé, Petrópolis e Paracambi. Para reconstruir a rota de vidas alteradas por profundas perdas – de bens ou, o que é pior, familiares --, o Rio de Janeiro vem pedindo a solidariedade dos brasileiros.
O mais grave é que, talvez, o estado tenha que depender muito mais da generosidade alheia para se reerguer de outras tragédias, no futuro. Poucos sabem, mas as mudanças na distribuição dos royalties do petróleo afetam também as cidades serranas.
Nelas, os temporais costumam provocar estragos, e os prefeitos contam, há 10 anos, com o dinheiro do petróleo para obras de infra-estrutura, entre outras. Os alertas desses administradores merecem ser ouvidos.Cachoeiras de Macacu avisa que vai perder parte substancial dos investimentos em saúde, se o rombo de 30% em seu orçamento se concretizar com a Emenda Ibsen. Os prefeitos de Nova Friburgo, Teresópolis e Petrópolis serão obrigadas a reduzir os investimentos em educação, saúde, contenção de encostas e coleta de lixo, se perderem R$ 10 milhões recebidos anualmente.
Teresópolis fala em reduzir a manutenção de aterros sanitários, a coleta seletiva de lixo e obras de asfaltamento. Nova Friburgo sentencia que será difícil continuar obras de infraestrutura. Mas os sinais mais aterrorizantes são emitidos por Petrópolis, município que será prejudicado em três projetos fundamentais: remoção de favelas de áreas de risco, onde vivem 10 mil famílias, construção de novas casas e reflorestamento de encostas. Essa é a grande tragédia anunciada inclusive pelos jornais.
Fonte: Jornal O Dia.
Nenhum comentário:
Postar um comentário